O primeiro álbum cheio do carioca Zé Bigode, Fluxo, é um convite a visitar os pontos históricos do Rio de Janeiro, a dar um passeio noturno em Havana, sentir a herança africana nos tambores tribais ou até reviver o hard bop.

Zé Bigode (Foto por Lucas Santos)

A universalidade do trabalho instrumental, no entanto, serve além dos limites geográficos e das barreiras de linguagem. Vai a todos os lugares e conversa em todas as línguas. Traz para o RJ o mangue pernambucano e vai a Cuba tocar música brasileira. As experimentações são livres e trazem os toques pessoais de um time de instrumentistas das mais variadas regiões da cidade do Rio, agregando influências de culturas locais distintas. Essa variedade também influencia no alcance da música instrumental, hoje não mais segregada a espaços eruditos e manifestada, principalmente, nas festas populares e na cultura de rua.

O idioma musical aqui é poliglota – samba, reggae, baião, jazz, afro – e não se intimida em avançar mais passos dentro de outras influências como o hip hop, o rock ou a psicodelia. Arquitetado por 15 instrumentistas, Fluxo é uma ideia coletiva. Partiu dos temas e harmonias criados por Zé Bigode mas ganhou corpo com os arranjos surgidos em ensaios e jams. O álbum foi gravado quase que inteiramente ao vivo e mostra a coletividade dos músicos.

 

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