Apresentado em 2018 no Festival de Cannes, o filme Border fez barulho considerável e ganhou a fama de filme mais esquisito do ano. Achamos apropriado para nossa coluna.

Border conta a história de Tina, uma policial com aparência fora dos padrões da sociedade e que trabalha em um aeroporto fiscalizando bagagens e passageiros. Ao ser atingida por um raio na infância, Tina criou uma espécie de sexto sentido que consegue ler as pessoas somente pelo cheiro e olhar. A vida dela muda quando desconfia de um passageiro, com a aparência parecida com a sua, mas que não consegue justificar o motivo. E, para complicar ainda mais a situação, Tina se envolve com o misterioso passageiro.

Pela sinopse acima, entende-se como aquele clássico filme de suspense onde o mocinho se apaixona pelo vilão e precisa tomar aquela decisão no final. Se esperava isso, troque o filme.

Border vai muito mais além do que os clichês americanos e entrega uma das melhores obras dos últimos anos.

Primeiramente pelos protagonistas serem “feios” aos olhos da sociedade. Esta “feiura”, esta diferença, é o que torna o filme tão lindo e surreal. O próprio nome do filme (Fronteira, na tradução) não explora a fronteira / limite geográficos, mas também o limite entre as pessoas, do preconceito humano, do homem e da mulher, da mitologia e do real.

Nota para uma das cenas de sexo mais estranhas já produzidas pelo cinema, que será uma das mais memoráveis que você assistirá em toda sua vida, que une um pouco do grotesco com o belo.

Difícil falar do filme sem dar spoilers, mas garanto que Border se tornará uma das experiências mais chocantes da sua jornada cinematográfica.

O filme foi indicado ao Oscar de Melhor Maquiagem.