Notável apoiador de Jair Bolsonaro na eleição de 2018, o músico Lobão não está tendo vergonha nenhuma de mostrar uma mudança de opinião e acredita que o atual mandatário tem que ser retirado do poder com urgência.

Em entrevista recente à BBC News que complementa as diversas postagens que vem fazendo em seu perfil contra o governo, o cantor e compositor afirma que Bolsonaro “tem que sair de qualquer jeito” e essa tem que ser a “prioridade zero” do país. Ele ainda afirma que se opor ao governo é uma questão de “higiene moral”.

Ainda nesse papo, ele declarou até mesmo seu apoio às manifestações que acontecem neste sábado (3) pedindo o impeachment do atual presidente. Lobão se mostrou esperançoso em uma união da esquerda e da direita, ainda que “ressentimentos e acusações” estejam presentes “de ambos os lados”.

Ele também explica que não irá aos protestos porque só tomou uma dose da vacina e está morando com sua sogra — portanto, não pode “bobear”. Ainda na questão da COVID, Lobão faz críticas ao chefe do país:

O simples fato de esse cara andar na rua sem máscara, tirando máscara de criança, já é motivo [para impeachment]. Ele é o presidente da República de um país com 500 mil mortos na pandemia, e ele dá esse exemplo todos os dias na televisão. Isso já é criminoso por si só, é genocida por si só.

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Lobão, PT e Bolsonaro

Apesar de se mostrar contrário ao governo atual e enxergar diversos problemas “desde a primeira semana”, como um “abuso de poder”, Lobão ainda se recusa a votar em Lula caso o candidato do PT seja, de fato, o adversário de Jair Bolsonaro na eleição de 2022.

Nessa mesma entrevista, ele afirma que não votará em nenhum dos dois e reclama:

Infelizmente, no Brasil o voto é negativo. A gente vota em um para que o outro, pior, não ganhe. Precisamos de um presidente em que a gente possa sair na rua e não haja um clima de semi-guerra civil entre as pessoas.

Ele também justifica seu voto em 2018 dizendo que o Brasil “precisava se ver livre do PT”, mas reconhece que a situação está pior do que nunca mesmo quando comparada com a dos outros presidentes que sofreram impeachment, Fernando Collor Dilma Rousseff:

Para mim, o que Bolsonaro está fazendo supera em muito em gravidade o que os outros dois fizeram. Há uma coleção de crimes. O último é essa denúncia de superfaturamento de vacina.

Você pode conferir essa entrevista completa por aqui, onde Lobão também fala sobre como cortou relações com colegas que seguem apoiando Bolsonaro, como é o caso de Roger Moreira.