Ligações incestuosas, obsessões, pulsões arcaicas, conflitos entre o lógico e o irracional, todas as amarras são rompidas, os personagens se movem num tempo verdadeiramente mítico, do inconsciente. Senhora dos Afogados é uma peça que se aproxima das tragédias gregas, em que os clãs familiares se entre-devoram num inferno de culpas desmedidas.

Dona Eduarda, esposa de Misael, e Moema, única filha mulher que restara, além do irmão, Paulo, se degladiam em torno da questão do pudor e da honra da mulher, hostilizando-se devido a um ódio primordial. Moema, que gostaria de viver sozinha com o pai, urde um plano para que a mãe o traia com o próprio noivo, um ex-oficial da marinha.